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Escrito por Tania MartinsTania Martins

Pontos fracos: O que responder às perguntas dos entrevistadores

16 min. de leitura
Pontos fracos: O que responder às perguntas dos entrevistadores
Não seja apanhado desprevenido na entrevista por esta pergunta comum sobre os seus pontos fracos a nível profissional. Aproveite a oportunidade para preparar uma resposta que o ajude a virar a entrevista a seu favor.

Quais os seus pontos fracos? A tão temida pergunta da entrevista de emprego pode, na verdade, ser a sua inesperada oportunidade de vencer. Como arma secreta ou salvação, a sua resposta eficaz depende da expetativa de que lhe vão fazer essa pergunta. 

Por que razão os empregadores fazem, nas entrevistas, perguntas sobre os pontos fracos?

Pode ser-lhe pedido que identifique o seu maior ponto fraco, ou até vários. Ambas as variantes desta pergunta têm o mesmo objetivo: mostrar aos empregadores uma faceta sua que ainda não tenha sido revelada. 

Até agora, as suas qualificações e atributos pessoais foram por si realçados dos ângulos certos. É provável que um currículo e uma carta de apresentação persuasivos nesse sentido tenham sido os responsáveis pela entrevista de emprego. E a maior parte da conversa irá centrar-se nos seus pontos fortes como candidato ideal. 

Mas sejamos honestos: ninguém é perfeito e você também não. Fingir que o é, não é realista nem credível.

Os recrutadores reconhecem as limitações subjetivas da pergunta: “Quais os seus pontos fracos?”. A introspeção negativa é desconfortável para a maioria das pessoas, e na “linha de contratação”, sob o olhar atento de pessoas quase estranhas, mas cuja opinião conta para tudo, uma resposta mal elaborada pode ser um obstáculo.

Por isso, para além de procurarem mais informações sobre a sua aptidão para o cargo, interessa aos recrutadores o seu desejo e capacidade de melhorar e de se desenvolver. Isto pode fornecer pistas sobre o seu discernimento e capacidades analíticas como solucionador de problemas.

O reverso das perguntas sobre pontos fracos

Aproveitar o lado positivo das perguntas sobre os pontos fracos numa entrevista de emprego passa por se antecipar a elas. Saber como falar sobre os seus pontos fracos numa entrevista de emprego é uma grande competência, que lhe permite beneficiar da possibilidade dos outros candidatos serem apanhados de surpresa quando lhes perguntam sobre os pontos fracos deles.

Além disso, terá em comum com a maioria desses candidatos imensos pontos fortes, que incluem os requisitos obrigatórios do emprego que fazem parte dos requisitos de seleção para o cargo. Os recrutadores não só partem do princípio de que estes pontos fortes serão repetidamente mencionados durante o processo de entrevista, como também podem achar que a semelhança do que ouvem começa a confundir-se com o que não é digno de registo.

Considere a pergunta sobre os “pontos fracos” como uma oportunidade para se destacar dos restantes e aproveite a oportunidade para mudar o jogo a seu favor, enquadrando os pontos fracos como pontos fortes. O objetivo aqui é o de desviar a atenção da fraqueza em si para a sua forma de a apresentar num contexto relevante.

Como falar dos pontos fracos numa entrevista de emprego

Antes de apresentarmos alguns pontos fracos bons para mencionar numa entrevista de emprego, eis algumas ideias gerais sobre como os abordar.

  • Tenha em mente a diferença entre “perfeitamente honesto” e “honestamente perfeito”. A primeira é desejável no cenário de contratação que estamos a descrever, enquanto que a segunda soa desonesta.
Dica profissional

Não recomendamos negar que tem quaisquer pontos fracos se lhe colocarem essa pergunta, pois isso fá-lo parecer arrogante. Uma resposta brincalhona ou superficial também não será bem recebida. Também desaconselhável: “Prefiro não dizer” ou “Tenho que pensar melhor sobre isso”. 

  • Desqualificar-se falando do ponto fraco “errado” também é de evitar. Competências fundamentais para o emprego não devem constar da lista de pontos fracos.
  • Prepare uma lista de pontos fracos escolhidos cuidadosamente. Seja específico. Mesmo que acabe por não ter de responder à pergunta sobre os “pontos fracos”, não se vai arrepender de se ter preparado.
  • É possível falar de forma honesta e positiva sobre os seus defeitos. Pode ser simplesmente uma questão de evitar palavras e expressões negativas como “insuficiente”, “falhei”, “não sou bom” ou “problemas com”. Certos pontos fracos numa situação podem ser vistos como pontos fortes noutra.
  • Afirmar que há espaço para melhorias, juntamente com um plano de ação (passado, presente ou futuro), transmite força em vez de fraqueza. A sua destreza na comunicação mostra uma capacidade de transformar os desafios em oportunidades.
Dica profissional

Comece pelo princípio

Alguns entrevistadores pedem-lhe que descreva os pontos fortes e fracos em duas perguntas separadas e autónomas. Outros colocam-na como uma pergunta do tipo “dois coelhos de uma cajadada só”.

Neste último caso, começar pelos pontos fracos pode ser vantajoso. Com maior controlo sobre o curso da discussão, pode decidir quando e como mudar a direção do negativo para o positivo.

O ponto fraco certo no momento oportuno

Quais são então os “melhores” pontos fracos a referir? Depende da situação de contratação. Da mesma forma que os seus pontos fortes mais diretamente relevantes devem ser sempre adaptados ao cargo e ao empregador, o mesmo deve acontecer com os pontos fracos específicos que decide mencionar numa entrevista. 

Certifique-se de que os pontos fracos que menciona:

  • Não envolvem capacidades essenciais ou importantes para o posto de trabalho
  • Refletem a sua motivação para ultrapassar ou minimizar o impacto através de medidas para a sua correção
Dica profissional

Manter uma lista principal dos seus pontos fracos à mão para os selecionar em cada caso é útil pela mesma razão que recomendamos uma lista principal de pontos fortes para adaptar cada versão do currículo. Certifique-se de que tem pelo menos três pontos fracos prontos para a sua entrevista.

O primeiro passo é fazer um balanço honesto das suas lacunas de competências e das suas caraterísticas ou tendências problemáticas. Peça a opinião de um amigo ou colega de trabalho caso tenha dificuldades.

Tal como os pontos fortes que realça seletivamente em currículos ou entrevistas, o seu inventário de pontos fracos pode ser classificado em competências profissionais ou competências pessoais.

Competências profissionais Competências pessoais
Específicas da profissão Podem ser menos específicas de um emprego, mas são importantes na maioria das profissões
A proficiência pode ser avaliada Nem sempre quantificáveis
Adquiridas e desenvolvidas na escola ou trabalho Em grande parte inatas ou desenvolvidas social e institucionalmente, refletindo a personalidade e comportamentos

Quais os pontos fracos a considerar referir numa entrevista de emprego?

Eis alguns exemplos comuns de capacidades/qualidades não necessárias ou importantes em todos os empregos e das quais poderá falar sem prejudicar a sua capacidade para fazer o trabalho.

Competências profissionais Competências pessoais
Competências informáticas avançadas Facilidade em delegar tarefas, dizer não ou pedir ajuda
Matemática Boa organização na definição de objetivos
Finanças e contabilidade Espontaneidade, flexibilidade, adaptabilidade ou capacidade de assumir riscos
Especialidades científicas Confiança, assertividade e articulação
Investigação e análise Discurso em público
Línguas estrangeiras Dar/receber instruções, feedback construtivo ou assistência
Capacidades físicas — força, resistência, coordenação Trabalhar bem de forma independente e/ou em equipa
Dica profissional

Pontos fracos de um estudante ou recém-licenciado

Se os estudos ainda fazem parte da sua vida ou se o fizeram até há pouco tempo, citar uma dificuldade académica pode funcionar bem se lhe perguntarem quais os seus pontos fracos numa entrevista. Desde que não se refira a algo que possa comprometer as suas hipóteses de ser contratado, pode mencionar qualquer coisa que não tenha relação direta com a sua candidatura. Por exemplo, problemas com a redação de ensaios ou com testes padronizados podem ser pontos fracos adequados, se tiver o cuidado de apontar os pontos fortes da redação de relatórios ou do acompanhamento de instruções que sejam diretamente relevantes para o emprego.

Lista de pontos fracos para uma entrevista de emprego com exemplos de respostas

Os entrevistadores não vão deixar de ficar impressionados com a sua abertura para se desafiar a si próprio num caminho de aprendizagem, crescimento e melhoria. Não é tão difícil como pode parecer enquadrar os seus pontos fracos num contexto de esforço para melhorar. 

Aqui ficam alguns exemplos.

Poderia aprender mais sobre...

A maioria dos candidatos consegue pensar num talento, caraterística ou tendência que valha a pena aprender ou desenvolver. Pode até ser um objetivo que já tenha concretizado, mas numa área em que seriam benéficos mais conhecimentos e experiência.

Eis algumas possibilidades:

  • Interpretação de dados analíticos
  • Escrita de conteúdos de marketing digital
  • Formação de equipas e liderança
  • Técnicas de abertura e fecho de vendas
  • Criação de quadros e gráficos atraentes para apresentações e relatórios
  • Atualizações da legislação e regulamentação no setor <especificar>

Seguem-se exemplos que pode adaptar à sua lista de pontos fracos para a preparação de entrevistas.

Software

Fiquei viciado no PowerPoint depois de ter aprendido noções básicas há uns anos num grupo de voluntariado. Acho que é a melhor invenção de sempre e tem muitas utilizações potenciais. Foi por isso que fiz alguns cursos online e estou constantemente a aprender novas dicas nos tutoriais do YouTube.

Copiado!
Competência específica do emprego

Dava-me muito jeito ter mais experiência em técnicas e estratégias de negociação, especialmente num ambiente presencial. Tem sido muito útil atualizar o que aprendi na faculdade e praticar mais, participando na série de workshops do nosso centro de formação.

Copiado!
Capacidade de comunicação interpessoal

A timidez, o medo de falar em público e até o facto de ficar bloqueado em frente de colegas ou chefes têm sido desafios de longa data. Já progredi imenso, mas o meu maior avanço, há dois anos, foi inscrever-me em aulas de improvisação no programa de teatro da universidade.

Copiado!

O que é demais...

Existe uma linha ténue entre pontos fortes e fracos, e por vezes isto acontece no domínio dos excessos da ética profissional. 

O perfecionismo é um exemplo clássico de uma bênção e de uma maldição. Apesar de todos os erros que pode ter assinalado a tempo, prazos não cumpridos ou projetos inacabados podem ser o resultado da sua obsessão com a minúcia e a exatidão a qualquer custo.

Um “problema” relacionado com a orientação para os pormenores é pensar demasiado e repensar os projetos para além do ponto em que é possível geri-los. 

Eis algumas fraquezas que se disfarçam de ética de trabalho:

  • Trabalhar demasiadas horas ou ter dificuldades em equilibrar a vida profissional e pessoal
  • Dificuldade em concentrar-se numa tarefa
  • Esforçar-se demasiado por não estabelecer limites realistas
  • Impaciência e frustração quando as coisas não correm bem
  • Competitividade que prejudica a contribuição dos seus colegas de trabalho

Eis algumas ideias para descrever pontos fracos relacionados com a ética profissional.

Perfecionismo

O entusiasmo excessivo por certos projetos de escrita fazia-me perder o rumo, apesar de parecer bem organizado no início. Ficava intrigado com os pormenores adicionais que surgiam ao aprofundar as fontes de pesquisa e, depois, ficava assoberbado com as possibilidades de enriquecimento da qualidade do produto final. 

Achei muito útil implementar novos prazos para o plano de trabalho na fase inicial de investigação. O esboço reflete agora toda a extensão da pesquisa já feita, com um limite rigoroso. Implica começar o projeto mais cedo, mas evitando o bloqueio que costumava ocorrer mais tarde. 

Copiado!
Pedir ajuda

Demorei a habituar-me a pedir ajuda no meu emprego atual. Anteriormente, trabalhava num pequeno escritório, com pouca ou nenhuma supervisão na maioria do tempo. As tarefas eram simples e claras, e a carga de trabalho individual nunca foi demasiado pesada.

Gradualmente, comecei a sentir-me mais à vontade para falar com colegas de trabalho ou com a chefia quando tinha dúvidas. A sua resposta foi sempre positiva e a atmosfera de colaboração contribuiu muito para a melhoria da qualidade e eficiência do meu trabalho.

Copiado!
Dificuldade em dizer “não”

Claro que me sinto bem quando os chefes ou colegas de trabalho apreciam e valorizam as minhas contribuições, mas sei que é uma fraqueza ter dificuldade em dizer “não”. Quer se trate de um favor pontual ou de um compromisso com uma nova tarefa, o desejo de ajudar por vezes sobrepõe-se ao meu discernimento sobre a quantidade de coisas que consigo fazer realisticamente. 

É muito mais fácil lidar com esta situação desde que comecei a utilizar uma aplicação de gestão de projetos no meu telemóvel e no meu portátil. Um olhar rápido dá-me uma visão geral, codificada por cores, de todos os meus compromissos. 

Copiado!
Ser multitarefas pode ser complicado

Num local de trabalho anterior, onde eu considerava que o facto de ser multitarefa era uma virtude, de repente apercebi-me de que não era bem assim. Por isso, decidi ler sobre o assunto e experimentar alternativas.

O que descobri sobre os méritos da tarefa única foi libertador. Fez uma grande diferença na minha produtividade, eficácia e energia. É muito menos stressante, posso concentrar-me nos “deveres” em vez de nas “possibilidades”, o que aumenta a minha criatividade.

Copiado!

Conclusões importantes sobre a discussão dos pontos fracos numa entrevista de emprego

  • Uma visão introspetiva dos seus objetivos de auto-aperfeiçoamento pode dar-lhe uma vantagem sobre outros candidatos, que partilham consigo pontos fortes.
  • Como qualquer outro aspeto de uma estratégia de procura de emprego personalizada, os pontos fracos devem ser adaptados à situação da contratação. Certifique-se de que não existe qualquer impacto negativo na sua capacidade de cumprir os requisitos essenciais do emprego.
  • Enquadre os seus pontos fracos num contexto positivo e pró-ativo como trabalhos em curso, dando ênfase a medidas corretivas com resultados bem-sucedidos.
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